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A Shenzhen Evenwin Precision Technology Co., uma empresa que fabrica partes de telefones e outros eletrônicos, começou a construir uma nova fábrica ao custo de US$ 322 milhões na região de Donguan, um dos principais centros industriais da China.
O plano: "usar apenas robôs para produção". O resultado: a demissão de 90% da força de trabalho, ou 1.600 dos 1.800 trabalhadores. As informações apareceram esta semana na agência oficial Xinhua e no South China Morning Post.
Diante da desaceleração da economia, a falta de trabalhadores e a necessidade de inovação, o movimento é incentivados pelas autoridades locais, que planejam gastar 943 bilhões de iuanes (R$ 453 bilhões) em 3 anos para substituir pessoas por robôs em linhas de produção.
Os subsídios anuais ficam entre 200 e 500 milhões (R$ 95 milhões a R$ 239 milhões) de iuanes para quem faz robôs ou os instala em suas fábricas.
De acordo com o Escritório de Tecnologia da Informação e Economia da província, um total de 505 fábricas investiram 4,2 bilhões de iuanes (R$ 2 bilhões) em robôs para substituir 30 mil trabalhadores só nos meses desde setembro.
A estimativa é que 1.500 das empresas locais comecem a fazer essa transição até 2016.
A meta da capital Guangzhou é automatizar 80% da produção e criar uma indústria de fabricação de robôs que movimente 100 bilhões de iuanes (R$ 50 bilhões) até 2020.
Debate
A discussão sobre os efeitos da tecnologia sobre o crescimento econômico e o nível de emprego está pegando fogo no mundo acadêmico.
No ano passado, o livro “A Segunda Era das Máquinas", de Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, defendeu a tese de que a inovação atingiu um ponto de inflexão e deve dar origem a uma nova Revolução Industrial.
O lado ruim é que isso pode acelerar a substituição de trabalhadores por robôs e disparar um processo de desemprego em massa. Estudos com base na Europa e nos Estados Unidos indicam que cerca de metade das ocupações estão sob risco de desaparecer.
Muitos economistas apontam que este tipo de medo foi recorrente ao longo da história e acabou sendo sempre desmentido, já que no longo prazo, ocupações e vagas antigas acabam sendo substituídas por outras que não existiam antes.
"Em todos os grandes períodos, o que você vê é que no curto prazo sim, há um efeito de troca, mas na medida em que você tem também um reinvestimento dos lucros de volta no sistema, isso não só cria mais empregos como também gera novas habilidades", diz a EXAME.com Mariana Mazzucato, da Universidade de Sussex, uma das maiores especialistas em inovação do mundo.